As câmeras foram posicionadas por técnicos da Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC)
Rondônia - Com o objetivo de ressaltar a eficácia das estratégias de monitoramento e conservação implementadas nas áreas de biodiversidade, o governo de Rondônia tem fortalecido as ações de preservação e, na segunda-feira (17), destacou as imagens recentes de atividades de monitoramento da biodiversidade na Reserva Extrativista Estadual do Rio Pacaás Novos, no município de Guajará-Mirim. As imagens mostram uma família da rara espécie Speothos venaticus, conhecida como cachorro-vinagre. Os animais são considerados vulneráveis à extinção, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e essa foi a primeira vez que foram vistos na região.
Atividades de monitoramento capturaram imagens
A descoberta foi divulgada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), através de registros obtidos por armadilhas fotográficas (câmeras trap) estrategicamente posicionadas, por técnicos da Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC). Essas câmeras possibilitaram a captura de imagens desses animais em seu habitat natural. A presença da família de cachorros-vinagre, composta por uma fêmea, um macho alfa e cinco filhotes, evidencia a importância da reserva como um refúgio essencial para a fauna amazônica, e a eficácia das estratégias de conservação implementadas na área.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a descoberta mostra que as estratégias de conservação implementadas estão no caminho certo. “É fundamental garantir a existência de unidades de conservação, com dimensões adequadas, para assegurar a sobrevivência de populações viáveis da espécie em todos os biomas onde ela ocorre”, enfatizou.
PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
O secretário da Sedam, Marco Antonio Lagos destacou que, esse é um triunfo não apenas para a conservação da fauna, mas também para o futuro sustentável da região. “Este momento histórico reflete nosso compromisso com a preservação da biodiversidade, e a importância das ações em áreas protegidas. Precisamos intensificar nossos esforços para garantir que espécies vulneráveis, como o cachorro-vinagre, possam prosperar em seus habitats naturais”, destacou.
Os registros foram obtidos por armadilhas fotográficas
De acordo com a bióloga da Sedam, Ana Beatriz, ainda não havia registro de uma família de cachorros-vinagre, mas havia conhecimento da espécie na unidade de conservação. “Esta não é uma espécie abundante, porém sua distribuição geográfica é ampla, vivendo em habitat predominantemente florestal, e estando ambientados em locais conservados, o que demonstra que as unidades estão cumprindo seu dever de conservar a fauna”, finalizou.
SOBRE O SPEOTHOS VENATICUS
O cachorro-vinagre é o menor canídeo silvestre do Brasil, com cerca de 20 cm de altura e pesando entre 5 e 8 kg. Possui pernas robustas, orelhas arredondadas e cauda curta. Sua coloração é predominantemente marrom, mais clara na cabeça e no pescoço, e mais escura nas extremidades. Sua urina tem um forte cheiro de vinagre, o que dá origem ao nome.
O habitat natural da espécie é predominantemente florestal, não muito tolerante a ambientes perturbados, estando distribuído na Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica, com hábitos de vida preferencialmente diurnos. É o único canídeo social do país, cujos grupos caçam cooperativamente; vivem em tocas próprias ou de outros animais, e em ocas de árvores. Estão bastante associados a ambientes conservados. Possuem um repertório vocal bem amplo, utilizado na comunicação entre os indivíduos do grupo. Alguns autores sugerem que podem imitar o som de suas presas para atraí-las.